quinta-feira, 19 de abril de 2012


Somos feitos de tempo?

A preservação da memória histórica e escolar, bem como a reconstituição do passado exige de todos nós, em especial, os educadores a tarefa de estimular e implementar a realização de estudos e pesquisas sobre a história da educação brasileira e estabelecer uma analogia com o cenário europeu que deu origem à educação escolar no Brasil. O contexto mundial e até mesmo o que se deu ao substituir a educação difusa de nossas tribos indígenas e, posteriormente, africanas.
Torna-se importante realizar a coleta de dados e informações sobre a Reforma Protestante e a Contra Reforma Católica para que possamos analisar o contexto em que se deu a implantação da educação escolar no Brasil.
Os estudos realizados pela equipe no sentido de resgatar e registrar a “Memória da Educação Escolar no Brasil” iniciaram-se pelo resgate da história pessoal de cada membro da referida equipe, a história escolar (acadêmica) e até mesmo profissional, no caso das pessoas que já atuam na área da educação escolar.
Para valorizar o aprendizado e para que pudéssemos nos incluir na pesquisa, após a realização do nosso memorial, visitamos instituições educacionais de nossa cidade e escolhemos aquela que nos pareceu significativa pelos pressupostos pedagógicos e epistemológicos nos quais acreditamos serem legítimos.
A linha do tempo estabelecida por nós uniu nossas histórias da educação escolar à história da escola que pesquisamos dada sua representatividade no contexto da sociedade em que vivemos.
Após a realização das etapas supracitadas realizamos um trabalho de pesquisa bibliográfica, visto que, a memória da humanidade e é conservada nos arquivos da história. As origens da sociedade, a evolução dos povos antigos, sua cultura e sua educação comparada que define-se como o estudo dos sistemas educacionais peculiares a cada cultura. A educação comparada pode contribuir para o planejamento da educação no futuro (educação prospectiva), oferecendo soluções aos problemas de cada país, em especial, o nosso, que nos interessa.
Em nossos estudos identificamos que existem organismos internacionais que se ocupam desse tema, como a UNESCO, o Conselho Mundial de Educação Comparada (com sede em Genebra) e o Departamento de Educação da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Considerando que somos feitos de tempo cabe-nos relatar no memorial a história da educação no Brasil desde a chegada dos padres jesuítas em 1549 (período colonial), passando pela educação do tempo de D. João VI (Império, República Velha, República Populista, Período Autoritário e Redemocratização). Desde a expulsão dos jesuítas (1759), a transferência da corte portuguesa para o Brasil quando a educação da colônia passou por um período de desagregação e decadência. O relato destaca os registros dos primeiros e mais significativos estabelecimentos fundados à época da Colônia, Império e República do Brasil.
Destacamos oportunamente a importância da Pedagogia e da Didática e uma reflexão sistemática sobre as práticas pedagógicas realizadas em nosso país até o período contemporâneo. O processo de ensino-aprendizagem, até então realizados e as suas influências e interferências de outros povos em nosso processo educacional.
Dado que a didática e seus ensinamentos contribuíram para transformar a prática pedagógica da escola por desenvolver a compreensão e a articulação dos saberes, dos conteúdos estudados tivemos a clareza de seus reflexos nas práticas social.
A ação consciente e intencional dos educadores no processo de formação humana, foi discutida pela equipe a partir de nossas próprias experiências como estudantes, da análise dos dados coletados na escola em que visitamos, do relato de alguns colegas que já estão trabalhando em sala de aula e tivemos a oportunidade de refletir a cerca de objetivos sociopolíticos e pedagógicos presente nas práticas educativas.
Considerando que nenhum processo educacional, nenhuma teoria ou método educativo é neutro, torna-se imprescindível que o professor conheça sua história de vida, a história da sociedade em que vive, a cultura educacional e os caminhos percorridos pela educação escolar no Brasil, comparando-os com outros contextos, podendo assim, se posicionar crítica e reflexivamente diante da sua prática e na sua metodologia com a consciência plena dos valores e dos alicerces presentes na educação que têm como objetivos o pleno desenvolvimento da personalidade humana e o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
Com espírito de renovação e de aperfeiçoamento, todos da equipe, imbuídos do mais sincero interesse profissional em conhecer, debater e agregar experiências para compreender e aplicar em nossas salas de aula, o conhecimento teórico e prático acumulados sobre o tema.
Concluímos que em educação o fundamental não é a separação de cognição e sentimento, é como mobilizar, sem separar. Qualquer tentativa de separar é um equívoco, que não leva absolutamente a lugar nenhum. Cabe-nos buscar o desenvolvimento integral como pessoa, estudando, visto que, fazemos parte desta história e somos feitos de história. A história edifica nossos conhecimentos e amplia nossos horizontes.
Por outro lado entendemos que não (que) basta termos vontade de realizar projetos, pois, precisamos colocar o conhecimento a serviço dos projetos, das pessoas inteiras.
Resta-nos utilizar os conhecimentos adquiridos, mas também termos a sensibilidade de que podemos dar novos rumos à educação escolar no Brasil.
É como diz o poema de T. S. Eliott, escrito em 1920.
“... onde está a vida que nós perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?”

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