Somos
feitos de tempo?
A preservação da
memória histórica e escolar, bem como a reconstituição do passado exige de
todos nós, em especial, os educadores a tarefa de estimular e implementar a
realização de estudos e pesquisas sobre a história da educação brasileira e
estabelecer uma analogia com o cenário europeu que deu origem à educação
escolar no Brasil. O contexto mundial e até mesmo o que se deu ao substituir a
educação difusa de nossas tribos indígenas e, posteriormente, africanas.
Torna-se importante
realizar a coleta de dados e informações sobre a Reforma Protestante e a Contra
Reforma Católica para que possamos analisar o contexto em que se deu a
implantação da educação escolar no Brasil.
Os estudos
realizados pela equipe no sentido de resgatar e registrar a “Memória da Educação
Escolar no Brasil” iniciaram-se pelo resgate da história pessoal de cada membro
da referida equipe, a história escolar (acadêmica) e até mesmo profissional, no
caso das pessoas que já atuam na área da educação escolar.
Para valorizar o
aprendizado e para que pudéssemos nos incluir na pesquisa, após a realização do
nosso memorial, visitamos instituições educacionais de nossa cidade e
escolhemos aquela que nos pareceu significativa pelos pressupostos pedagógicos
e epistemológicos nos quais acreditamos serem legítimos.
A linha do tempo
estabelecida por nós uniu nossas histórias da educação escolar à história da
escola que pesquisamos dada sua representatividade no contexto da sociedade em
que vivemos.
Após a realização
das etapas supracitadas realizamos um trabalho de pesquisa bibliográfica, visto
que, a memória da humanidade e é conservada nos arquivos da história. As
origens da sociedade, a evolução dos povos antigos, sua cultura e sua educação
comparada que define-se como o estudo dos sistemas educacionais peculiares a
cada cultura. A educação comparada pode contribuir para o planejamento da
educação no futuro (educação prospectiva), oferecendo soluções aos problemas de
cada país, em especial, o nosso, que nos interessa.
Em nossos estudos
identificamos que existem organismos internacionais que se ocupam desse tema,
como a UNESCO, o Conselho Mundial de Educação Comparada (com sede em Genebra) e
o Departamento de Educação da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Considerando que
somos feitos de tempo cabe-nos relatar no memorial a história da educação no
Brasil desde a chegada dos padres jesuítas em 1549 (período colonial), passando
pela educação do tempo de D. João VI (Império, República Velha, República
Populista, Período Autoritário e Redemocratização). Desde a expulsão dos
jesuítas (1759), a transferência da corte portuguesa para o Brasil quando a
educação da colônia passou por um período de desagregação e decadência. O
relato destaca os registros dos primeiros e mais significativos
estabelecimentos fundados à época da Colônia, Império e República do Brasil.
Destacamos
oportunamente a importância da Pedagogia e da Didática e uma reflexão
sistemática sobre as práticas pedagógicas realizadas em nosso país até o
período contemporâneo. O processo de ensino-aprendizagem, até então realizados
e as suas influências e interferências de outros povos em nosso processo
educacional.
Dado que a didática
e seus ensinamentos contribuíram para transformar a prática pedagógica da
escola por desenvolver a compreensão e a articulação dos saberes, dos conteúdos
estudados tivemos a clareza de seus reflexos nas práticas social.
A ação consciente e
intencional dos educadores no processo de formação humana, foi discutida pela
equipe a partir de nossas próprias experiências como estudantes, da análise dos
dados coletados na escola em que visitamos, do relato de alguns colegas que já
estão trabalhando em sala de aula e tivemos a oportunidade de refletir a cerca
de objetivos sociopolíticos e pedagógicos presente nas práticas educativas.
Considerando que
nenhum processo educacional, nenhuma teoria ou método educativo é neutro,
torna-se imprescindível que o professor conheça sua história de vida, a
história da sociedade em que vive, a cultura educacional e os caminhos
percorridos pela educação escolar no Brasil, comparando-os com outros
contextos, podendo assim, se posicionar crítica e reflexivamente diante da sua
prática e na sua metodologia com a consciência plena dos valores e dos
alicerces presentes na educação que têm como objetivos o pleno desenvolvimento
da personalidade humana e o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais.
Com espírito de
renovação e de aperfeiçoamento, todos da equipe, imbuídos do mais sincero
interesse profissional em conhecer, debater e agregar experiências para
compreender e aplicar em nossas salas de aula, o conhecimento teórico e prático
acumulados sobre o tema.
Concluímos que em
educação o fundamental não é a separação de cognição e sentimento, é como
mobilizar, sem separar. Qualquer tentativa de separar é um equívoco, que não
leva absolutamente a lugar nenhum. Cabe-nos buscar o desenvolvimento integral
como pessoa, estudando, visto que, fazemos parte desta história e somos feitos
de história. A história edifica nossos conhecimentos e amplia nossos
horizontes.
Por outro lado
entendemos que não (que) basta termos vontade de realizar projetos, pois,
precisamos colocar o conhecimento a serviço dos projetos, das pessoas inteiras.
Resta-nos utilizar
os conhecimentos adquiridos, mas também termos a sensibilidade de que podemos
dar novos rumos à educação escolar no Brasil.
É como diz o poema
de T. S. Eliott, escrito em 1920.
“... onde está a
vida que nós perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos no
conhecimento? Onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?”
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