quinta-feira, 19 de abril de 2012



Planejamento (Projeto/Pedagógico)     cronograma: 1 Semestre
Matriz de programação de uma aula – Data:          Série/Ano: 4º ano – Ensino Fundamental
Conteúdo Curricular / Disciplina

Objetivos
Desenvolvimento das atividades que serão realizadas para trabalhar o conteúdo
Materiais necessários nas atividades
Acompanhamento e avaliação dos alunos
O que?
- Leitura e interpretação de textos do autor Monteiro Lobato
Ações pretendidas
Habilidades / Competências
- Recitar poemas com desenvoltura.
- Identificar as partes sequências dos textos lidos: início, meio e fim (introdução, desenvolvimento e conclusão).
- Interpretar os textos lidos e responder perguntas formuladas.
- Explicar com as próprias palavras resumidamente a história lida.

Metodologia/ Estratégias/ Procedimentos
- Ler o conto: O Colocador de Pronomes e comentar oralmente.
- Apresentar aos alunos os livros com os textos de Monteiro Lobato para que sejam lidos.
- Destacar o conto “Negrinha” como o primeiro a ser lido e comentado.
 - Discutir sobre o preconceito, questionar a temática étnica da formação do povo brasileiro (pluralidade cultural).
- Visitar o centro de cultura e convívio dos povos indígenas.
- No dia 22/03/2012, fazer uma excursão em Sobradinho conhecendo recursos hídricos e propor a leitura: A Reforma da Natureza.
- Estabelecer uma analogia entre a importância da água e nossa saúde.
- No dia 08/03/2012, trabalhar a relação homen-mulher na atualidade (sexualidade exacerbada).
Materiais e Humanos
- Livros do referido autor.
- Gramática.
- Dicionário.
- Computador para pesquisa.
- Quadro.
- Giz.
- Caderno.
- Aparelho de Som.
Feedback
- Textos para serem interpretados, os objetivos da colonização portuguesa.
- Trabalho de releitora do conto “Negrinha”.
- Trabalho artístico com paisagens visitadas e observação do meio ambiente.


Projeto:
A Prática Docente Reflexiva e seus Desafios

Apresentação
Monteiro Lobato e os Temas Transversais
(Trabalho Interdisciplinar)

Sabemos que a construção da cidadania nos leva a uma prática educacional alicerçada na compreensão da realidade social e dos compromissos e responsabilidades em relação à vida pessoal e coletiva e nada melhor do que aliar os estudos dos temas transversais ao estudo literário das obras de Monteiro Lobato, utilizando práticas artísticas e de reciclagem par que o aprendizado ocorra de forma lúdica e prazerosa.
Descobrimos na literatura de Lobato busca pela identidade racional e preservação da dignidade humana, igualdade de direitos, participação e direito à educação e corresponsabilidade pela vida social.
A ética é uma constante nas obras de Lobato, sempre lembrando que a dimensão ética da democracia consiste na afirmação daqueles valores que garantem a todos o direito de ter direito.
Em especial nos propomos a observar a ética nas fábulas de La Fontaine e Esopo (traduzidas por M. Lobato) para discutirmos a ética e a moral e o aspecto fundamental da existência humana: a criação de valores tão necessários ao convívio em sociedade.
Discutimos o conceito filosófico de ética como reflexão crítica sobre a moral. Produzimos textos livremente após o estudo refletindo sobre o Dia Internacional da Mulher e o papel da mulher em diferentes épocas e na atualidade e em especial o papel da mulher nas obras de Lobato vale exemplificar o texto “Presidente Negro” que é como um manifesto feminista reflexivo.
Refletimos especialmente a citação do autor no conto Negrinha “existem dois momentos sublimes na vida da mulher, o momento da boneca preparatório e o momento dos filhos definitivo. Depois disse está extinta a mulher”.
Em especial falamos sobre o papel da mídia na sociedade brasileira hoje e os desafios de uma reflexão ética do papel da mulher na sociedade atual.
A pluralidade Cultural foi um desafio até certo ponto, pois, como se trata de uma escola evangélica parecia tabu falar em crenças afro-brasileiras e capoeira, etc, nós procuramos conduzir o tema sem ferir as crenças, mas tratando de forma clara e objetiva, partindo da formação do povo brasileiro e nossa herança do povo português, os índios primeiros habitantes da terra e dos negros que foram feitos escravos e que nos legaram uma diversidade cultural e até mesmo alimentar enorme. Aprendemos técnicas de reciclagem de papel e outros e decoramos os eventos.
Refletimos sobre a importância de Tia Nastácia como personagem do Sítio do Pica-Pau Amarelo e pela forma respeitosa como era tratada pelos netos da Dona Benta e até mesmo pela irreverente Boneca Emília.
Sofremos ao ler o conto “Negrinha” e conhecer o sofrimento daquela menina, refletindo ao mesmo tempo o desrespeito a pessoa humana que acontecia com todos os escravos.
Avaliamos o objetivo dos portugueses ao colonizarem o Brasil, o contexto da época e o que mudou após a independência, também o legado cultural que nos deixaram. Em especial refletimos a respeito da injustiça com os povos indígenas que tiveram sua cultura praticamente dizimada e vivem atualmente como tutelados da FUNAI, a luta pela propriedade da terra e preservação de sua cultura e o que incorporamos ao nosso dia-a-dia da cultura indígena.
Visitamos o Centro de Cultura e Convívio dos Povos Indígenas e os alunos ficaram encantados com este convívio. Aliamos este estudo ao evento de comemoração ao Descobrimento do Brasil, Aniversário de Brasília (também realizamos uma excursão com os alunos aos pontos turísticos de Brasília), Aniversário de Sobradinho e Libertação dos Escravos.
Os alunos confeccionaram trabalhos artísticos, fizeram murais e também produziram textos muito bons que fizeram parte da coletânea da escola. A reflexão principal foi sobre a desigualdade social e discriminação articulando-se no que se convencionou denominar “exclusão social” produzida pela sociedade. Em aritmética da Emília estudamos conteúdos da série e a geometria presente nos monumentos de Brasília.
O meio ambiente foi estudado a partir do texto a “Reforma da Natureza” de Monteiro Lobato, o meio ambiente do Sítio e o tema da campanha da Fraternidade: “Água Fonte de Vida”.
Estudamos os recursos hídricos de Sobradinho, as formas de preservação do meio ambiente no que tange aos recursos minerais, animais, vegetais e sobre tudo o ser humano como ser inteligente e responsável pelo meio ambiente. Os textos produzidos pelos alunos refletiram uma maior conscientização quanto a preservação do meio ambiente.
A saúde foi consequência do estudo sobre o meio ambiente e fizemos uma interdisciplinaridade consciências e os conteúdos de saúde estudados na série. O importante foi que os alunos entenderam a importância de cuidarmos de nossa saúde física, mental e espiritual a partir dos textos de educação religiosa e a obra de Lobato foi somente um suporte, pois, fala de uma vida saudável, em contato com a natureza e uma elevação da consciência ambiental e cultural para que passem a cuidar melhor de si mesmos e do meio ambiente. Exemplificando falamos de Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato para falar do abandono do homem do campo e da falta de cultura e direitos humanos da época, a partir do estudo da obra estabelecemos um paralelo com a época atual falando de uma reforma agrária e sua importância. Os alunos falaram em seus textos da saúde e da valorização do eu, da individualidade, nossas características genéticas e o respeito às diferenças. Procuramos dar ênfase a natureza “cíclica” da natureza, sustentabilidade, manejo e conservação ambiental e sua relação com a nossa saúde.
 A orientação sexual pegou o “gancho” da saúde, pois falamos de reprodução humana e animal e focando o corpo como matriz da sexualidade e o papel social da mulher na época de Monteiro Lobato e no mundo atual. Trabalhamos a ética das relações, debatemos sobre o papel dos meios de comunicação e a descaracterização do casamento, do amor e da relação homen-mulher. Falou-se da banalização do sexo, da desvalorização da mulher e a importância de uma sexualidade responsável como garantia de uma vida feliz, saudável e livre de doenças sexualmente transmissíveis.
O trabalho e consumo enquanto o tema transversal no mundo globalizado, trabalhos no estudo aliado aos estudos de geografia e história e às necessidades atuais dos jovens no mercado de trabalho. Nas histórias de Tia Nastácia a geografia de Dona Benta, localizamos a Grécia das Olimpíadas e a oportunidade de geração de empregos num evento de tal porte. Enfocamos mais uma vez a saúde ligada a praticas esportivas e produzimos textos sobre os assuntos tratados. Nas aulas de ciências/química os alunos aprenderam a confeccionar velas, sabonetes artesanais e outros e refletiu-se sobre a importância do artesanato, não somente como ornamentação da escola em eventos, mas como fonte de renda para muitas famílias.
Para maior enriquecimento vocabular lemos para a turma “O Colocador de Pronomes” de monteiro Lobato para incentivá-los a se esmerarem na correção vocabular e produção de textos redacionais, despertando o cuidado com a nossa língua materna, beleza e clareza linguística nos textos da coletânea da escola.

Em suas obras emergem a compreensão do ser humano, do mundo e da sociedade. De sua obra se compreende o papel do professor, do aluno, da escola e dos elementos que compões o ambiente escolar. Oportunamente analisando as tendências pedagógicas e a prática docente que os professores envolvidos no projeto adotam e os estudantes do curso de pedagogia puderam entender melhor o cotidiano da sala de aula.
Os estudantes tiveram oportunidade de analisar os ambientes educativos e a epistemologia dos professores.
Na pesquisa lemos: Fernando Becker* que desenvolveu a ideia de modelos pedagógicos e modelos epistemológicos para explicar os pressupostos pelos quais os professores atuam.
*O professor Fernando Becker é Doutor em Psicologia escolar e atua profissionalmente na Faculdade de Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Lemos também durante a pesquisa a classificação do processo de ensino e de aprendizagem segundo as abordagens pedagógicas Mizukami (1986).
Segundo Mizukami (1986, p. 99) a relação professor-aluno é horizontal e não imposta, onde um educador se coloca no lugar do outro para que o processo educacional seja real, consciente.
[...] O professor procurará criar condições para que, juntamente com os alunos a consciência ingênua seja superada e que estes possam perceber as contradições da sociedade e grupos em que vivem.
Haverá preocupação com cada aluno em si, com o processo e não com produtos de aprendizagem acadêmica padronizados. O diálogo é desenvolvido segundo o estudioso, ao mesmo tempo em que são oportunizados a cooperação a união a organização, a solução em comum dos problemas.
Nós nos aprofundamos na abordagem humanista em que considera a escola lugar onde se oferecem condições que possibilitam a autonomia do aluno, cognitivista que prevê que a escola deve possibilitar que o aluno aprenda para si mesmo (pela pesquisa) e a abordagem sociocultural, segundo a qual a escola é local onde deve ser possível o crescimento mutuo do professor e dos alunos, num processo de conscientização, na auto-avaliação ou avaliação mútua e permanente da prática.
O estudo das tendências pedagógicas foi fascinante na medida que nos favoreceu uma viagem histórica e nos oportunizou ir ao encontro dos diferentes saberes, das diferenças do saber, conhecer e acompanhar as filigranas que envolvem a evolução do pensamento pedagógico, desde a Antiguidade até os dias de hoje.
Essas abordagens contribuíram como matéria-prima para estudarmos a nossa função, ao estudarmos a escola e o aluno, a fim de dispor de alternativas que o subsidiarão na escolha da futura práxis ao acadêmico do curso de pedagogia, distinguindo elementos favoráveis e desfavoráveis em cada uma das tendências frente a contemporaneidade.Os acadêmicos entenderam que a escolha do caminho a seguir, é postulado na proposta pedagógica da instituição, não um ato solitário, mas uma opção feita de forma consciente no coletivo de toda a comunidade escolar.

Qualidades do Professor Progressista
O educador brasileiro Paulo Freire (1996) diz que as qualidades do professor progressista vão sendo construídas na prática pedagógica coerentemente com a sua opção política de natureza crítica.

Humildade
Essa característica exige do professor coragem, confiança em si mesmo, respeito a si e aos outros; não significa acomodação ou covardia. O professor que tem humildade entende que ninguém sabe tudo assim como ninguém ignora tudo.
Não há como conciliar a “adesão ao sonho democrático, a superação de preconceitos com a postura humilde, arrogante, na qual nos sentimos cheios de nós mesmos” (Freire, 2003, p. 56).
Paulo Freire afirma que o bom senso é um dos auxiliares fundamentais, porque adverte quando o professor está perto de ultrapassar a partir dos quais se perde.
A arrogância e a empáfia não têm a ver com a mansidão do humilde. Para o autor, “uma das expressões da humildade é a segurança insegura, a certeza incerta e não a certeza demasiada certa de si mesmo” (Freire, 2003, p. 56).

Amorosidade
Para Freire, a prática docente sem amorosidade, tanto pelos alunos como pelo processo de ensinar, perde o seu significado.

Coragem
Para o autor, a coragem de lutar está ao lado da coragem de amar. O professor não tem que esconder seus temores, mas não pode deixar que eles o imobilizem. A coragem emerge no exercício de controle do medo.

Tolerância
Segundo Freire (2003, p.56), “a tolerância é a virtude que nos ensina a conviver com o diferente”. Sem ela é impossível desenvolver uma prática pedagógica séria e uma experiência democrática autentica torna-se inviável.
A tolerância possibilita aprender com o diferente e requer respeito, disciplina e ética.

Outras Características dos Professores Progressistas
Para Freire (2003), decisão, segurança, tensão entre paciência e impaciência e a alegria de viver são qualidades que estão agrupadas articuladas entre si.
A capacidade de decidir do professor é imprescindível para seu trabalho educativo. Se ele não for capaz de fazer decisões, os alunos podem entender essa deficiência como fraqueza moral ou incompetência profissional. No entanto, ele não pode ser arbitrário, em suas decisões.
Segurança, como qualidade do professor progressista, exige competência científica, clareza política e integridade ética. Para o autor, o professor não terá segurança de seu trabalho pedagógico se não souber fundamentá-lo cientificamente ou se não entender por que e para que o faz.
A tensão entre a paciência e a impaciência constitui-se, segundo Freire, como uma das qualidades fundamentais do professor. A paciência não pode ser separada da impaciência. A primeira, sozinha, faz o professor acomodar-se, renunciar ao sonho democrático, imobilizar-se, faz com que o professor tenha um discurso enfraquecido e conformado. A impaciência isolada, por sua vez, ameaça o êxito da pratica docente com a arrogância do professor. Para Freire (2003, p. 62), “a virtude está, pois, em nenhuma delas sem a outra, mas em viver a permanente tensão entre elas”.
A parcimônia verbal vincula-se à tensão entre a paciência e a impaciência. Quem assume tal tensão só perde o controle sobre sua fala em situações excepcionais, raramente excede os limites de seu discurso, que é enérgico mas, equilibrado.
Freire (2003) afirma que educando com humildade, amorosidade, coragem, tolerância, competência, capacidade de decidir, segurança, eticidade, justiça, tensão entre a paciência e a impaciência, parcimônia verbal, mesmo com falhas e incoerências, mas com disposição para superá-las, o professor cria uma escola feliz e alegre.
Hoje, espera-se do professor o preparo teórico-prático capaz de superar a fragmentação entre os domínios do conhecimento, para que ele alcance uma visão interdisciplinar. Para tanto são necessárias, segundo Libâneo (1998, p. 30-31), exigências como:
·         Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a prender pode-se aprender a prender de muitas maneiras, inclusive mediante o ensino. Estratégias de aprendizagem são “a estruturação de funções e recursos cognitivos, afetivos ou psicomotores que o indivíduo leva a cabo nos processos de cumprimento de objetivos de aprendizagem” (Libâneo 1998, p. 30-31).
Ensinar a pensar exige dos professores o conhecimento de estratégias de ensino e o desenvolvimento de suas próprias competências do pensar. Segundo Leite (2006)
[...] se o professor não dispõe de habilidades de pensamento, se não sabe “aprender a aprender”, se é incapaz de organizar e regular suas próprias atividades de aprendizagem, será impossível ajudar os alunos a potencializarem suas capacidades cognitivas.
·         Ensinar a pensar criticamente – o professor deve ser capaz de problematizar situações, de pensar criticamente, de aplicar conceitos como forma de apropriação dos objetos de conhecimento a partir de um enfoque totalizante da realidade.
·         Desenvolver a capacidade comunicativa – o professor deve atentar-se a outros meios de comunicação – formas mais eficientes de expor explicar conceitos e de organizar a informação, demonstrar objetos ou demonstrar processos – e dominar a linguagem informal, a postura corporal, o controle da voz, o conhecimento e uso dos meios de comunicação na sala de aula.
·         Reconhecer o impacto das novas tecnologias na sala de aula – a escola deve, segundo Leite (2006),
[...] aproveitar a riqueza de recursos externos para orientar as discussões, preencher as lacunas do que não foi aprendido e ensinar os alunos a estabelecer distâncias críticas com o que é vinculado pelos meios de comunicação.
Além de fazer parte do conjunto das mediações culturais que caracterizam o ensino, os meios de comunicação podem ser usados como recursos didáticos.
·         Atualização científica, técnica e cultural – formação continuada – o exercício do trabalho docente requer um esforço contínuo de atualização cientifica na área de conhecimento dominada pelo professor e em outras áreas relacionadas, bem como a incorporação das inovações tecnológicas.
Para Leite (2006),
[...] o professor precisa juntar a cultura geral, a especialização disciplinar e a busca de conhecimentos conexos com sua matéria, porque formar um cidadão hoje é, também, ajudá-lo a se capacitar para lidar praticamente com noções e problemas surgidos nas mais variadas situações, tanto do trabalho quanto sociais, culturais, éticas. [...] Essa atitude implica em saber discutir soluções para problemas a partir de diferentes enfoques (interdisciplinaridade) contextualizar o objeto de estudo em sua dimensão ética e sociocultural, ter capacidade de trabalhar em equipe.
·         Integrar a dimensão afetiva no exercício docente – a aprendizagem de conceitos, habilidades e valores está envolvida com sentimentos ligados às relações familiares escolares e aos outros ambientes em que os alunos vivem. Para proporcionar uma aprendizagem significativa aos seus alunos, o professor deve conhecer e compreender os interesses, necessidades e motivações característicos de cada um; deve ter capacidade de comunicação com o mundo do outro, sensibilidade para situar a relação docente no contexto físico, social e cultural do aluno.
·         Desenvolver comportamento ético – segundo Libâneo (1998), é saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios.
O professor não é apenas aquele que transmite o conhecimento, mas, sobretudo, aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível que ele domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a Metodologia e a Didática eficientes na missão de organizar o acesso dos alunos ao saber. E não apenas o saber específico de determinadas matérias, mas o saber para a vida; o saber ser gente, com ética, dignidade, valorizando a vida, o meio ambiente, a cultura. Mais que transmitir conteúdos das disciplinas programadas para o desenvolvimento intelectual da humanidade, é necessário ensinar os alunos a serem cidadãos, mostrar a eles seus deveres e direitos. O professor deve trabalhar valores para formar pessoas que saibam a importância de respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo. Paulo Freire (1996, p. 106) diz: “Me movo como educador, porque primeiro me movo como gente”.


Operacionalização do Projeto

O Projeto, inicialmente em seu planejamento (sua operacionalização) trifurca-se em planos de operacionalização das atividades pedagógicas, durante o primeiro semestre do ano (inicialmente).
Delineamos as atividades pedagógicas obedecendo os pressupostos de uma ação educativa reflexiva.
A prática pedagógica reflexiva tem como característica principal o não rompimento com a unidade entre a teoria e a pratica, propiciando um caráter criador à prática social que define e orienta a ação pedagógica, com uma proposta de criar e produzir mudança, para fazer surgir uma nova realidade material e humana qualitativamente diferente. Essa prática nos permitiu a atuação a atuação aluno/professor com um objetivo comum.
Esse artigo não pretende abranger todas as etapas do trabalho realizadas, do projeto: “Monteiro Lobato e os Temas transversais” em todas as suas interfaces, visto que o mesmo ainda continuará sendo utilizado na instituição.
Os apontamentos que seguem objetivam resgatar aspectos significativos tratados em relação ao tema do projeto.
Ao aprofundarmos o estudo das obras do referido autor percebemos uma sintonia entre o modo de pensar dos educadores envolvidos no projeto e o escritor, visto que consideramos que o ato de ensinar exige intervenção no mundo, o que pressupõe educadores situados no contexto sócio-histórico e cultural e percebemos que isso acontecia com o escritor Monteiro Lobato, sua obra é engajada aos processos históricos culturais de sua época e também com a mente de um visionário, muitos anos além de sua época.
Considerando que o professor deve ser crítico e reflexivo percebe-se que ninguém foi tão crítico e reflexivo quanto Lobato.
Procuramos enfrentar os desafios da prática docente reflexiva utilizando situações do dia-a-dia profissional, conforme nos relata Cristiane Teixeira (2006), em seu artigo Ressignificação da Identidade do professor na formação docente e também Pimenta e Lima (2004) afirmam que a prática docente é essencialmente social e o trabalho dos educadores é uma forma de intervir nessa realidade social.
As mesmas autoras (2004, p. 48) destacam que:
“... valorizando a experiência e a reflexão na experiência [...] Schön propõe uma formação baseada numa epistemologia da prática, ou seja, na valorização da prática profissional com momento de construção de conhecimento para meio de reflexão, análise e poblematização dessa prática e a consideração do conhecimento tácito, presente nas soluções que os profissionais encontram na prática”.
Analisando a citação das autoras percebemos a importância da pesquisa de campo que nos levou a visitar a Escola Batista Pedras Vivas, refletir com os educadores e elaborar um projeto pedagógico “Monteiro Lobato e os Temas Transversais”. Conhecendo o escritor.
Inicialmente ficamos impressionados com a biografia do supracitado autor, a saber:
Nos causou espanto o quanto Lobato influenciou as pessoas de sua geração e ainda influencia as gerações contemporâneas.
Entre os “filhos de Lobato”, segundo o professor J. Roberto Whitaker Penteado, estão políticos, artistas, empresários, profissionais liberais, professores e inúmeros outros profissionais, pessoas que entre as décadas de 30 e 50 mergulharam no reino encantado de Emília, Narizinho, Pedrinho, Tia Nastácia e Dona Benta e até contemporaneamente gerações que se formam lendo e estudando geografia, história, matemática, língua portuguesa nas narrativas de Lobato que são reeditadas constantemente.
Para demonstrar a influencia de lobato sobre as pessoas de sua geração, Penteado promoveu um estudo inédito no país, que teve como base levantamento encomendados a institutos de pesquisa e uma pesquisa (a qual lemos), feita pessoalmente com cerca de sessenta pessoas de destaque na sociedade como o governador do Rio, Marcelo Alencar, o jornalista Sérgio Cabral, a escritora Marina Calassanti o embaixador Roberto de Abreu Sodré, etc. um levantamento do IBOPE em 1986, no Rio de Janeiro e São Paulo, com pessoas de mais de 40 anos, apontou que setenta por cento dos entrevistados com educação superior havia lido Monteiro Lobato.
Foi considerando exposto anteriormente que optamos pelo escritor para criarmos um projeto pedagógico que visava além de desenvolver nas crianças o gosto pela leitura, evitar o analfabetismo funcional mencionado por Paulo Freire, mas principalmente desenvolver o raciocínio lógico dos alunos, promovendo a educação crítica e reflexiva.
As obras de Lobato, além de serem críticas e reflexivas, nos apresentam grande número de mensagens e conceitos de caráter ético-ideológico e percebe-se que sua literatura contribuiu, entre outras coisas, para o desenvolvimento da curiosidade, da criatividade, do espírito crítico e da negação da autoridade repressora.





Somos feitos de tempo?

A preservação da memória histórica e escolar, bem como a reconstituição do passado exige de todos nós, em especial, os educadores a tarefa de estimular e implementar a realização de estudos e pesquisas sobre a história da educação brasileira e estabelecer uma analogia com o cenário europeu que deu origem à educação escolar no Brasil. O contexto mundial e até mesmo o que se deu ao substituir a educação difusa de nossas tribos indígenas e, posteriormente, africanas.
Torna-se importante realizar a coleta de dados e informações sobre a Reforma Protestante e a Contra Reforma Católica para que possamos analisar o contexto em que se deu a implantação da educação escolar no Brasil.
Os estudos realizados pela equipe no sentido de resgatar e registrar a “Memória da Educação Escolar no Brasil” iniciaram-se pelo resgate da história pessoal de cada membro da referida equipe, a história escolar (acadêmica) e até mesmo profissional, no caso das pessoas que já atuam na área da educação escolar.
Para valorizar o aprendizado e para que pudéssemos nos incluir na pesquisa, após a realização do nosso memorial, visitamos instituições educacionais de nossa cidade e escolhemos aquela que nos pareceu significativa pelos pressupostos pedagógicos e epistemológicos nos quais acreditamos serem legítimos.
A linha do tempo estabelecida por nós uniu nossas histórias da educação escolar à história da escola que pesquisamos dada sua representatividade no contexto da sociedade em que vivemos.
Após a realização das etapas supracitadas realizamos um trabalho de pesquisa bibliográfica, visto que, a memória da humanidade e é conservada nos arquivos da história. As origens da sociedade, a evolução dos povos antigos, sua cultura e sua educação comparada que define-se como o estudo dos sistemas educacionais peculiares a cada cultura. A educação comparada pode contribuir para o planejamento da educação no futuro (educação prospectiva), oferecendo soluções aos problemas de cada país, em especial, o nosso, que nos interessa.
Em nossos estudos identificamos que existem organismos internacionais que se ocupam desse tema, como a UNESCO, o Conselho Mundial de Educação Comparada (com sede em Genebra) e o Departamento de Educação da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Considerando que somos feitos de tempo cabe-nos relatar no memorial a história da educação no Brasil desde a chegada dos padres jesuítas em 1549 (período colonial), passando pela educação do tempo de D. João VI (Império, República Velha, República Populista, Período Autoritário e Redemocratização). Desde a expulsão dos jesuítas (1759), a transferência da corte portuguesa para o Brasil quando a educação da colônia passou por um período de desagregação e decadência. O relato destaca os registros dos primeiros e mais significativos estabelecimentos fundados à época da Colônia, Império e República do Brasil.
Destacamos oportunamente a importância da Pedagogia e da Didática e uma reflexão sistemática sobre as práticas pedagógicas realizadas em nosso país até o período contemporâneo. O processo de ensino-aprendizagem, até então realizados e as suas influências e interferências de outros povos em nosso processo educacional.
Dado que a didática e seus ensinamentos contribuíram para transformar a prática pedagógica da escola por desenvolver a compreensão e a articulação dos saberes, dos conteúdos estudados tivemos a clareza de seus reflexos nas práticas social.
A ação consciente e intencional dos educadores no processo de formação humana, foi discutida pela equipe a partir de nossas próprias experiências como estudantes, da análise dos dados coletados na escola em que visitamos, do relato de alguns colegas que já estão trabalhando em sala de aula e tivemos a oportunidade de refletir a cerca de objetivos sociopolíticos e pedagógicos presente nas práticas educativas.
Considerando que nenhum processo educacional, nenhuma teoria ou método educativo é neutro, torna-se imprescindível que o professor conheça sua história de vida, a história da sociedade em que vive, a cultura educacional e os caminhos percorridos pela educação escolar no Brasil, comparando-os com outros contextos, podendo assim, se posicionar crítica e reflexivamente diante da sua prática e na sua metodologia com a consciência plena dos valores e dos alicerces presentes na educação que têm como objetivos o pleno desenvolvimento da personalidade humana e o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
Com espírito de renovação e de aperfeiçoamento, todos da equipe, imbuídos do mais sincero interesse profissional em conhecer, debater e agregar experiências para compreender e aplicar em nossas salas de aula, o conhecimento teórico e prático acumulados sobre o tema.
Concluímos que em educação o fundamental não é a separação de cognição e sentimento, é como mobilizar, sem separar. Qualquer tentativa de separar é um equívoco, que não leva absolutamente a lugar nenhum. Cabe-nos buscar o desenvolvimento integral como pessoa, estudando, visto que, fazemos parte desta história e somos feitos de história. A história edifica nossos conhecimentos e amplia nossos horizontes.
Por outro lado entendemos que não (que) basta termos vontade de realizar projetos, pois, precisamos colocar o conhecimento a serviço dos projetos, das pessoas inteiras.
Resta-nos utilizar os conhecimentos adquiridos, mas também termos a sensibilidade de que podemos dar novos rumos à educação escolar no Brasil.
É como diz o poema de T. S. Eliott, escrito em 1920.
“... onde está a vida que nós perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?”













Histórico da Escola Batista Pedras Vivas

A Escola Batista Pedras Vivas comemorou, dia 12 de Fevereiro, 16 anos com a celebração de mais um ano de vida, existe nostalgia, pois, não se pode esquecer uma trajetória educacional tão exaustiva e gratificante.
A Escola Batista Pedras Vivas foi documentalmente fundada no dia 30 de Junho do ano de 1995, pela sua diretora de implantação Alvinéa Peixoto dos Santos, por sua diretora geral Ediane Ferreira de Castro Cavalcante e pelas coordenadoras: Ana Cristina Borges dos Santos e Ivone Macêdo de Avelar Moraes. A Escola Batista Pedras Vivas passou a existir oficialmente no dia 12 de fevereiro de 1996, quando iniciou suas aulas no turno vespertino com 12 alunos atendendo de clientela de maternal e pré-escola (jardim 1 e 2).
A Escola Batista Pedras Vivas recebeu este nome fundamentada na palavra de Deus que diz: “Chegando-vos para ele, pedra viva, rejeitada na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas sois edificados como casa espiritual”, 1ª Pedro 2: 4-5
“Somos pedras vivas construindo saber e ampliando o conhecimento”.
A Escola Batista Pedras Vivas no decorrer dos anos foi ampliando os horizontes, oferecendo Educação Infantis (maternal, jardim 1 e 2) e Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) de acordo com a lei nº 11.274, de 6 de Fevereiro de 2009 dispondo sobre a duração do Ensino Fundamental para 9 anos no turno vespertino.
A Escola Batista Pedras Vivas conta com educadores especializados e com um Projeto Educacional aprovado por unanimidade pelo Conselho de Educação do Distrito Federal.
Embora possua um espaço físico limitado, possui uma Proposta Pedagógica arrojada e é incontestável um ponto de referencia para outros estabelecimentos de ensino por ser uma escola de vanguarda e por apresentar resultados significativos por parte dos alunos. Conhecida principalmente por sua tradicional educação cristã, pois seu quadro de professores e alunos se destaca pela formação de valores éticos, solidários e promotores da paz.
“Queremos a alegria de nossas crianças no cotidiano escolar e um mundo onde as crianças que são as preferidas de Deus, possam viver e se colocar em harmonia e paz. Um mundo seguro em que as famílias sejam alicerces, e desta forma segura e feliz para toda sociedade”.
Ao completarmos 16 anos de funcionamento ininterruptos, conseguimos mais uma vitória entre tantas que Deus têm nos agraciado, a aprovação para o funcionamento do 6º ao 9º ano a partir do ano de 2012. É com, imensa alegria e agradecidos ao Senhor por tantas bênçãos derramadas e a grande oportunidade de colaborarmos com os pais ministrando uma educação cristã centrada em valores morais e fundamentalmente sólidos dentro dos preceitos bíblicos.
Nesses 16 anos de existência afirmamos que somos “Pedras Vivas” em prol da educação alicerçada no amor e na capacidade humana e no desenvolvimento global do indivíduo.
A cidade de Sobradinho merece uma educação de qualidade que promova a dignidade da pessoa humana, este tem sido o esforço incessante e trabalho constante da Escola Batista Pedras Vivas.
Aqui moramos, educamos nossos filhos, edificamos nossas famílias, construímos o reino de Deus e fortalecemos os valores educacionais de nossos alunos com um convívio salutar intelectualmente elevado e feliz.
 Temos o privilégio de trabalhar educando crianças e jovens com ideais sólidos e saudáveis como os nossos e como acreditamos ser a vontade de Deus.

Sobradinho – DF, 12 de Fevereiro de 2012